Hoje em dia, uma boa parte dos atletas de qualquer desporto é constituída por pessoas acima dos 40 anos. Atletas que, é preciso dizer, não se limitam a um treino leve, mas são, para todos os efeitos, verdadeiros competidores. São os chamados “Masters”. Em alguns desportos há mais, como por exemplo na corrida, onde o ser amador acompanha um certo profissionalismo, e também noutros mais profissionais, como a natação, o triatlo ou o ciclismo.
Escusado será dizer que nos ginásios este é um campo que se tem revelado muito prometedor, sendo um sector constituído por pessoas que já têm um trabalho e que podem investir algum dinheiro na modalidade. O desafio e a competição são amplamente motivadores e suportam o cansaço do treino com a recompensa de uma vitória.
Assim, nos ginásios há novas dinâmicas: mais personal training, dietistas e tudo o que anda a volta do desporto. Normalmente tudo começa com a procura de recuperar a forma física, depois é o companheirismo e, por fim, a adrenalina da competição!
E o boxe? Além de Mike Tyson, que aos cinquenta anos volta aos combates, de forma suave o boxe tem claramente andado com muitas reservas a abrir-se neste sentido. Há, de facto, práticas para Masters, como light boxing, mas existe muita desconfiança, já que esta prática é vista como um desvirtuar do verdadeiro boxe. É verdade, golpes na cabeça e idade não funcionam e o boxe é baseado também nisto.
É impensável um combate normal para pessoas acima dos quarenta, já que como se sabe as regras do boxe existem para proteger os atletas. É difícil dizer como se pode sair deste dilema de procurar garantir a competição e um espaço master sem se desvirtuar tudo.
O que é claro, porém, é que aos poucos, sem a motivação da competição, os treinos se tornam menos frequentes até levar ao abandono dos ginásios. Por isso, mesmo que as práticas como o light-boxing sejam formas incompletas de boxe, poderiam trazer novas dinâmicas aos ginásios, além de dinheiro, que é a base para o desenvolvimento da modalidade.
