O combate faz – ou faria – parte de uma trilogia regida por um contrato que permitia a Deontay Wilder exercer a opção de um terceiro confronto, após a derrota de fevereiro para Fury. Antes de vencer o prazo para exercer a opção de revanche, o americano oficializou a intenção do novo confronto. Inicialmente previsto para julho, a disputa pelo título WBC foi adiada para outubro, devido à pandemia. É aqui que começa o imbróglio. A equipe de Fury alega que a luta foi novamente adiada para 19 de dezembro a pedido de Wilder.
Segundo notas publicadas na imprensa internacional especializada, o copromotor de Fury, Bob Arum, informou que a equipe de Wilder comentou que pretendia novo adiamento, desta vez para 2021. Arum também teria informado que se esgotou em 9 de outubro o prazo para a manifestação oficial para tal. Sendo assim, Fury e o seu time estariam desobrigados de conceder a revanche. E mais: na verdade o americano nunca quis realmente a terceira luta contra o inglês. Com tudo isso, como Fury pretende lutar em dezembro, outro adversário seria escolhido.
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“Pera aí, gente boa”. Algumas coisas precisam ser esclarecidas. Primeiro; se Wilder não comunicou oficialmente o desejo de adiamento, qual a razão de Fury e equipe cancelarem unilateralmente o combate? Segundo; o próprio Arum declarara a dificuldade na promoção desta luta sem a receita oriunda da venda de milhares de ingressos, devido à pandemia. Estamos falando de muitos milhões de dólares. Não lhe parece conveniente, caro leitor?
Há quatro dias, o presidente do WBC, Maurício Sulaimán, informou que nada sabia sobre o assunto. Agora já sabe, mas até o momento em que esta coluna foi escrita, não havia nenhum novo pronunciamento de Sulaimán.
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Não estou alegando nada, apenas colocando fatos. Há algum tempo, eu estranho o silêncio de Wilder com relação à trilogia. Porém, ontem o copromotor de Wilder, Shelly Finkel, veio a público para informar que Deontay Wilder está pronto para lutar em qualquer data e local. Portanto, consideram oficialmente a data de 19 de dezembro mantida para a disputa. E agora, como é que fica?
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Enquanto aparecem listas de possíveis novos adversários para Wilder, e Arum, assim como Eddie Hearn, sonha com um confronto milionário entre Fury e Anthony Joshua, um pensamento me veio à mente: se não houver acordo entre as partes, esta situação pode acabar nos tribunais.